Nome do "vice-rei do Norte" proposto para praça do Porto
Luís Artur, que frisou falar a título pessoal, justificou a sua proposta afirmando que a Praça da República foi o palco de "um comício" decisivo para o triunfo dos ideais do 25 de Novembro, nome por que ficou conhecido o golpe militar que pôs fim ao designado Verão Quente de 1975.
Pires Veloso, que faleceu no mês passado, foi lembrado na segunda-feira na Assembleia Municipal do Porto por iniciativa do movimento Porto, O Nosso Partido (PNP) e do PSD. As duas forças políticas apresentaram votos de pesar pela sua morte, que foram aprovados, com os votos contra da CDU e do Bloco de Esquerda (BE) e duas abstenções.
O deputado André Noronha, do PNP, realçou que Pires Veloso foi "um dos protagonistas do golpe do 25 de Novembro" de 1975 e teve "um papel fundamental na consolidação da democracia enquanto comandante da Região Militar Norte", que tinha a sua sede no quartel existente na Praça da República.
O social-democrata considerou que Pires Veloso "foi, em primeiro lugar, um humanista" e recordou que o general foi nomeado governador de São Tomé e Príncipe após o 25 de Abril de 1974 e mais tarde alto-comissário, tendo ainda sido candidato a Presidente da República em 1980, numas eleições em que foi reeleito Ramalho Eanes.
No seu voto de pesar, o PSD propôs que seja atribuído o nome de Pires Veloso a uma rua ou praça do Porto. Em nome pessoal, Luís Artur sugeriu que a Praça da República seja rebatizada com o nome daquele militar.
"O general Pires Veloso não é um homem do 25 de Abril e teve no 25 de Novembro um papel nefasto", afirmou Artur Ribeiro, da CDU.